quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Lisboa em 24 horas: Um roteiro inusitado pela capital portuguesa

Leticia Ponso e Nathalia Villaça
Fonte: almadeviajante.com
Data: 01/08/18


Apesar de Lisboa ser uma capital de dimensão relativamente reduzida, este roteiro de um dia em Lisboa não pretende ser um top de atrações turísticas nem responder à eterna questão sobre “o que fazer em Lisboa”. É, ao invés, uma visão pessoal sobre o que poderá ser um dia bem passado na cidade, especialmente para quem pretende visitar Lisboa pela primeira vez ou deixar-se guiar na descoberta da cidade. É por isso mesmo uma viagem feita de escolhas, porque 24 horas é pouco tempo para conhecer Lisboa.



Manhã


Permita-se acordar naturalmente e comece entre o Bairro Alto e o Príncipe Real, debruçado no Miradouro de São Pedro de Alcântara.Aprecie a vista do rio, do castelo e dos telhados da colina em frente e sinta o sol da manhã na cara. Se ainda não comeu, tome o pequeno-almoço no quiosque. Se comeu, beba um café.Desça a Calçada da Glória a pé, ou no elevador, e aprecie os painéis com graffitis à sua esquerda. Nos Restauradores, apanhe o metrô e saia no Marquês de Pombal. Suba o Parque Eduardo VII. Repare na fonte que está no topo. É uma homenagem ao 25 de abril, feita por um escultor português famoso (João Cutileiro).
Atravesse a rua e entre no Jardim Amália Rodrigues. Circunde-o até avistar uma ponte de madeira. O Corredor Verde de Monsanto começa aqui e leva-o até ao Parque Florestal de Monsanto, os “pulmões” da cidade de Lisboa. Caminhe 2 km e não desista quando chegar à ponte que parece uma autoestrada – está no caminho certo. Atravesse-a e passe por baixo do viaduto, seguindo o caminho marcado. A mancha de verde que é Monsanto vai aparecer à sua frente. Relaxe um pouco e regresse seguindo o mesmo caminho, de volta ao metrô. Ou então passe o resto do dia em Monsanto… não faltam coisas para fazer.

Miradouro de São Pedro de Alcântara
lisbonlux.com



Tarde

No bairro da Mouraria está o Largo da Severa. Reza a lenda que é o sítio onde nasceu a primeira cantora de Fado famosa. A sua casa é agora um restaurante e casa de fado.
Deambule pelo bairro até chegar à Rua de São Lourenço (dica: vá virando sempre à direita). Sim, é confuso e provavelmente vai-se perder, mas isso faz parte do passeio. No fim da rua chega ao Largo dos Trigueiros. Há uma fonte no meio e grinaldas coloridas. As fotografias nas paredes das redondezas fazem parte de um projeto da Camilla Watson. Representam a vida e as pessoas do bairro. Quer saber mais? O estúdio é já aqui.

Continue em frente. Vai passar por mais ruas estreitas, prédios antigos e chegar ao Largo de São Cristóvão, com a igreja homónima. Se lhe apetecer, desvie-se para as ruas secundárias para sentir a vida do bairro. Cumprimente as senhoras que estão à janela e espreite as drogarias antigas que ainda se encontram por aqui.
Subindo pela Calçada do Marquês de Tancos já está na encosta do Castelo. Provavelmente já o tinha percebido, por causa da inclinação da rua. Descanse um pouco na esplanada do Chapitô, e beba uma Imperial. Este conjunto de edifícios brancos, vermelhos e amarelos rodeia um pátio lindíssimo com mesas e cadeiras diferentes, um pequeno jardim de ervas aromáticas, uma tenda e uma das melhores vistas sobre Lisboa e o Rio Tejo. Tudo isto pertence a um projeto que inclui, no mesmo espaço, uma escola de circo e artes performativas, uma casa para jovens desfavorecidos que frequentem a escola, palcos para ensaios e espetáculos, um restaurante e um bar.

Rua Cor-de-Rosa
lisbonlux.com



Fim deTarde

Apanhe o elétrico 15, na Praça da Figueira. Peça ao condutor para lhe indicar a paragem mais próxima da LX Factory, um complexo industrial antigo que esteve abandonado durante décadas. Reabriu em 2007 e estabeleceu-se como uma “ilha criativa” de Lisboa. 
Na Lx Factory, em edifícios onde as paredes estão decoradas com arte urbana, podem encontrar-se lojas, escritórios de arquitetura e design, espaços de coworking, produtores de artes visuais, galerias, cafés, restaurantes, bares e estão espaços novos a abrir constantemente.
Coma uma fatia de bolo de chocolate na Landeau e perca a noção do tempo na Ler Devagar, uma livraria incrível revestida de livros do chão ao teto, com a altura de dois andares. São mais de 150.000 livros, novos e usados, num espaço que vale a pena visitar só por si.



Noite

Volte de elétrico para o Cais do Sodré. Pode jantar no acolhedor Café Tati, onde a ementa, de inspiração internacional, varia todos os dias. Às quartas-feiras têm concertos de Jazz (aos domingos à tarde também). Para petiscos portugueses e Fado, com decoração minimalista, opte pelo O Povo.
A Rua Nova do Carvalho, mais conhecida por “Rua Rosa” (quando lá chegar percebe porquê), é tudo o que precisa para o resto da noite. Beba um cocktail na Pensão Amor, mas saia antes de chegarem as multidões.
Dance ao som dos anos 70, 80 e 90 no Jamaica ou no Tokyo até por volta das 3. Daí siga para o Musicbox  para uma boa dose de música eletrónica (ou vá mais cedo se souber de algum concerto em particular que queira ver). Se ainda tiver energia, no Europa e no Copenhaga os after-hours começam às 6.

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